ABERTURA DA EXPOSIÇÃO DOS REGISTROS EM SALVADOR

Exposição debate a cidade por imagens
Arquiteta e performer, Carol Érika propõe performances que revelam a cidade de Salvador


A Soteropolicity - conjunto de contextos específicos da cidade de Salvador - é o laboratório de experimentação performativa da arquiteta urbanista Carol Érika. Desde maio do ano passado, ela executa Insurgências Urbanas, de forma descontraída, na capital soteropolitana. Insurgências Urbanas: performance na cidade é o título do projeto contemplado pelo edital Giro das Artes Visuais de Apoio à Circulação de Exposições e objeto de sua pesquisa de doutorado pelo Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas/UFBA.


Mineira de Belo Horizonte, a artista transita entre os contrastes de Salvador e sua cidade natal na criação de suas ações. Este ano, com o apoio da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), os registros fotográficos e audiovisuais das performances serão compartilhados na Galeria Canizares - Galeria da Escola de Belas Artes da UFBA - e na cidade de Cachoeira - no Foyer do Auditório Leite Alves do Centro de Artes, Humanidades e Letras da UFRB (CAHL). As fotos são de Aldren Lincoln e os vídeos de Marcondes Dourado.


As PerformancesA primeira intervenção, “Jardins da Babilônia”, surgiu da observação da montanha de lixo formada diariamente na esquina entre as ruas Carlos Gomes e da Forca, centro de Salvador. “Daí surgiu a ideia de instalar cachepôs de coco com mudas de samambaia no muro que delimita a esquina, construindo assim, um jardim vertical com o lixo local”, explica Carol.


A segunda intervenção aconteceu no bairro da Pituba. Diante do argumento de estudantes de arquitetura de que a Pituba seria o bairro “ideal” de viver graças à sua malha urbana organizada e regular, com distribuição adequada de serviços, comércios e residências, a arquiteta resolveu questionar o que a Pituba não tem de “ideal” e constatou a falta de sombra na Av. Manoel Dias da Silva. “Surgiu a ideia da performance ‘Na aba do meu chapéu’: um grande sombreiro de palha que perambula por ruas centrais oferecendo carona de sombra”.


A terceira performance foi o “Playground na Ladeira da Montanha”. “A ideia foi construir um playground temporário nas adjacências da Ladeira da Montanha em caçambas alugadas e alocadas temporariamente em via pública”. Escorregador, escada horizontal e piscina de bolinhas, além de pequenos nichos de convivência e contação de histórias, foram alguns dos equipamentos instalados na performance.


A quarta performance questiona a relação de poder praticada nos espaços públicos da cidade. O contexto escolhido foi o Corredor da Vitória, área central tomada por condomínios verticais e arranha-céus de alto padrão, ocupando todo o acesso ao mar, deixando apenas “uma greta” de paisagem natural entre uma construção e outra. “A ideia foi ocupar um trecho da calçada da Vitória, aquele com melhor vista para o mar, e confraternizar uma tarde de verão com piquenique e muita animação”. Assim foi a performance “O mar pela greta”.


A quinta e última performance, “A saúde é osso”, pretende questionar o trato público dado à saúde municipal. “Levamos uma pilha de ossos bovinos para o canteiro central da Avenida Caetano Moura, entre as dependências dos cemitérios Campo Santo e dos Alemães”, explica Carol. A performer ficou, por um intervalo de tempo, no meio desses ossos, trocando curativos e cantando canções de ninar.


A Artista - Carol Érika é arquiteta urbanista, mestre em urbanismo pelo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia e doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da mesma instituição. Pesquisa performances praticadas no espaço público das cidades contemporâneas, sublinhando políticas públicas por meio do fazer performativo. Desde 2004, vem investindo em conjugações entre arquitetura-urbanismo, ensino acadêmico e prática artística. Performar em espaços públicos é o estado reflexivo que consolida suas pesquisas.

Serviço
O quê: Exposição Insurgências Urbanas
Quando e onde: De 20/04 a 09/05 na Galeria Canizares - Escola de Belas Artes da UFBA (Rua Araújo Pinho, 16-202, Canela.
De 21/06 a 10/07 em Cachoeira, na Galeria do CAHL/UFRB

Contato: Carolina Érika 71-91035765 | Ana Fernanda Souza (Assessoria de Imprensa: 71 9271-8835)